O penoso e expressivo trabalho de edição de partitura
- Renato Brito
- 25 de jan. de 2022
- 2 min de leitura

Depois que tudo está pronto, é uma maravilha! Partitura impressa posicionada na estante, diante dos olhos, à espera do ensaio. Papel recebendo as primeiras anotações, até o início do som, precedido ou não das orientações iniciais da professora de música ou da regente do grupo. Sinais às dezenas incluindo notas, pautas, pausas, linhas, claves, sistemas, dinâmica, ritornelos e muito mais.
Entretanto, a maioria dos instrumentistas e das instrumentistas, dos cantores e das cantoras, que utilizam esse aporte da partitura para o fazer musical, não imaginam o trabalho que dá pra gente editar uma partitura.
Sempre tive muita vontade de criar músicas novas. Não sei se vivenciei na minha carreira algum momento em que eu fui apenas instrumentista, regente ou cantor. Logo de início comecei a escrever as minhas canções. Sempre me fiz acompanhar da composição e, de modo geral, da composição registrada em partitura. Primeiro, como sou do século passado, usei papel, lápis, borracha, régua e caneta. Depois, quando migrei para o digital, em um computador emprestado, um Pentium II já muito surrado, com uma cópia do Finale 2002, fui para tela para nunca mais voltar. (A não ser um concurso maluco em que fui obrigado a escrever a lápis uns quatro arranjos em 4 horas! Não passei no tal concurso). Naquela minha migração, comecei a ter cuidado com a aparência das partituras, especialmente quando percebia que minha edição acabava dificultando a vida das pessoas que se aventuravam a tocar as músicas que eu escrevia. Fontes mais bonitas e mais visíveis, cuidado com a virada de página, espaçamento entre pautas e sistemas, quantidade de páginas, o que tem um impacto financeiro com a produção musical, etc. Claro que chega aquele momento em que a gente se vê exagerando no perfeccionismo. Além disso, o tempo e a quantidade de trabalho podem se tornar grandezas demasiado convincentes para encerrar e enviar uma partitura para o destinatário ou destinatária.
Ultimamente descobri o canal Cadenza Editorações Musicais no Youtube e tenho me encantado novamente com esse universo das edições de partitura. É possível trabalhar como copista e, inclusive, gerar renda passiva a partir de sites como Arrangeme.com. Fiz minhas primeiras vendas recentemente, tendo começado minhas publicações no referido site apenas no mês passado!
Está aí mais um nicho de mercado e uma possibilidade de atividade profissional em música.
Também afirmo que editar partituras pode ser um grande prazer e uma oportunidade de expressão estética. A edição pode traduzir bem as intenções criativas próprias da música em si, dando a elas um caráter visual às ideias sonoras. Viva a edição de partituras!
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